Após dois anos, o Governo Federal vai recompor o valor da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros. A informação foi divulgada na quinta-feira (20) pelo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes dos Veículos Automotores), Luiz Moan, após ter ouvido do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que os subsídios do imposto serão revogados em janeiro de 2015.
A decisão, no entanto, não é oficial, já que o Ministro Mantega está com sua saída confirmada e a Presidente Dilma Roussef está em vias de anunciar o futuro substituto, que pode alterar esse cenário.
O IPI dos carros populares passará de 3 para 7% e os demais modelos sofrerão reajuste de 9 para 11% para os carros da linha flex e de 9 para 13% para carros movidos a gasolina.
Se for confirmada a volta do IPI cheio, é aguardada uma antecipação das vendas para os últimos meses de 2014. Depois disso, no entanto, a tendência é de estabilização dos preços, segundo o vice-presidente e diretor regional da Fenabrave SC, Júlio Schroeder.
Mesmo com o aumento do IPI para os automóveis, a partir de janeiro de 2015, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, acredita que o setor espera um aumento das vendas, e acrescentou que não estão previstas demissões. Porém preferiu não arriscar em emitir estimativas de crescimento.
Segundo ele, o nível dos trabalhadores da indústria automobilística possui um nível muito qualificado, o que significa que foram bem treinados, e isso representa um custo que traduz um investimento muito forte por parte da indústria automobilística.
A expectativa da volta do valor do IPI ocorre num momento que o governo precisa promover um ajuste nas contas públicas, que registraram valores desfavoráveis nesse ano, e com isso recuperar a confiança do empresariado.
Segundo o presidente da Anfavea ainda, o crédito bancário para financiamento da compra de veículos está voltando. Em setembro houve um aumento de 8%, e em outubro esse valor subiu para 10%.
Na última sexta-feira (14) houve a aprovação da nova lei de retomada do veículo, que favorece o consumidor que esteja em dia com seu financiamento, o que significa que pode haver uma redução do custo de financiamento para esse consumidor, o que propicia uma maior segurança jurídica para o sistema financeiro.
Por Russel Hernandes
Foto: divulgação